Estudo Chocante: Cérebros Latinos Envelhecem Mais Rápido, Alerta Global!
Um estudo revela que o envelhecimento cerebral é mais rápido na América Latina, ligado a desigualdades sociais e poluição. Isso aumenta o risco de doenças como Alzheimer, destacando a urgência de melhores ferramentas para monitorar a saúde mental.
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Mundo micro
10/9/20243 min ler


Pesquisadores descobriram que o envelhecimento cerebral é mais rápido em países da América Latina e Caribe. Utilizando um método chamado "relógios cerebrais", que compara a idade real da pessoa com a idade do cérebro estimada através de exames como ressonância magnética funcional (RMf) e eletroencefalograma (EEG), o estudo revelou que fatores como desigualdade social, poluição e condições de saúde precárias estão relacionados a um envelhecimento cerebral acelerado, aumentando o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
Esse método serve para avaliar a saúde do cérebro, levando em conta influências genéticas, estilo de vida e ambiente. A pesquisa, que envolveu mais de 5 mil pacientes de 15 países, com a colaboração da USP (Universidade de São Paulo) do Brasil, sugere que a combinação desses fatores em regiões da América Latina leva a uma discrepância maior entre a idade cerebral e cronológica, em comparação a outros locais. O uso de tecnologias como "deep learning" ajudou a identificar essas diferenças e pode ajudar a criar ferramentas mais acessíveis para monitorar a saúde cerebral.
Fatores de risco
Segundo a neuropsicóloga, os pesquisadores identificaram fatores de risco ligados ao comprometimento cognitivo leve (CCL), à doença de Alzheimer (DA) e à demência frontotemporal (vcDFT), ajudando a entender melhor como essas doenças se desenvolvem. O objetivo do estudo é não só aumentar o conhecimento sobre o envelhecimento cerebral, mas também criar ferramentas para melhorar o diagnóstico e tratamento dessas doenças em ambientes clínicos.
A pesquisa envolveu 5.306 pessoas, das quais 2.953 fizeram ressonância magnética funcional (RMf) e 2.353 realizaram eletroencefalograma (EEG). Entre os participantes, 3.509 eram saudáveis, enquanto 517 tinham comprometimento cognitivo leve, 828 apresentavam Alzheimer e 463 sofriam de demência frontotemporal. O estudo comparou a idade do cérebro com a idade cronológica dessas pessoas e observou que os participantes da América Latina e Caribe mostraram idades cerebrais mais avançadas em relação a outras regiões.
Esses resultados indicam que fatores como desigualdade social, poluição e problemas de saúde estão associados a um envelhecimento cerebral mais rápido nessas regiões, aumentando o risco de doenças neurodegenerativas.
A neuropsicóloga ressalta que pesquisas futuras devem considerar variáveis como gênero, nível socioeconômico e etnia para aprofundar a compreensão do envelhecimento cerebral em diferentes populações. O estudo também sugere que o uso de eletroencefalograma, que é mais acessível do que a ressonância magnética funcional, pode facilitar a aplicação desse modelo em clínicas, especialmente em áreas com menos recursos.
No futuro, esses modelos de "lacunas de idade cerebral" poderão ajudar a criar protocolos globais para o tratamento e prevenção de doenças neurocognitivas, oferecendo uma abordagem mais personalizada. Isso permitirá a detecção precoce e o melhor manejo de condições como Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
Questionamento sobre a Pesquisa: Implicações para a Compreensão de Doenças como Depressão e Ansiedade
Diante dos resultados apresentados pelo estudo que revelou o envelhecimento cerebral acelerado na América Latina e suas associações com fatores socioeconômicos, poluição e disparidades de saúde, surge um questionamento pertinente: será que essa pesquisa pode contribuir para a criação de parâmetros ou indicadores de doenças como depressão e ansiedade?
É amplamente reconhecido que a saúde mental é influenciada por uma combinação de fatores, incluindo condições socioeconômicas e ambientais. Assim como o estudo utilizou o conceito de "relógios cerebrais" para entender o envelhecimento cerebral e seu risco associado a doenças neurodegenerativas, métodos semelhantes poderiam ser aplicados para investigar as raízes de distúrbios mentais como a depressão e a ansiedade.
Essas condições frequentemente estão ligadas a fatores de estresse, desigualdade social e falta de acesso a cuidados de saúde, que também foram mencionados na pesquisa. Ao integrar dados sobre saúde cerebral com informações sobre saúde mental, poderíamos identificar padrões que ajudem a esclarecer como o envelhecimento do cérebro pode estar relacionado ao desenvolvimento de problemas como depressão e ansiedade.
Portanto, é fundamental que futuras pesquisas explorem essa interconexão, buscando não apenas entender o envelhecimento cerebral, mas também desenvolver ferramentas que possam ser utilizadas para monitorar e intervir na saúde mental da população. Dessa forma, a pesquisa pode abrir portas para novas abordagens que melhorem a detecção e o manejo de doenças mentais, oferecendo uma compreensão mais abrangente da saúde como um todo.


Imagem mostra o número de pessoas estudadas na pesquisa e suas condições. Imagem criada a partir dos dados da pesquisa pela MundoMicro.
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